"Almeida Garrett foi um dos escritores que criticou a introdução do caminho de ferro em Portugal, no século XIX, conforme testemunha a exposição que vai ser inaugurada quinta-feira na Biblioteca Nacional, em Lisboa. O autor de «Viagens na Minha Terra» considerava que o caminho de ferro "não era o tipo de progresso que o país precisava" e receava que o novo meio de transporte agravasse o fosso entre as grandes cidades do litoral e o interior, explicou à Lusa um dos organizadores da exposição. "No início houve muita polémica (...) O próprio Alexandre Herculano não estava muito a favor", acrescentou. Documentar o impacto do caminho de ferro nas letras portuguesas é um dos objectivos da exposição evocativa do 150º aniversário da inauguração do troço Lisboa-Carregado, que estará patente na Biblioteca Nacional, de 13 de Julho a 14 de Outubro. Trata-se de uma exposição essencialmente bibliográfica, com livros, gravuras e jornais da época. A linha férrea Lisboa-Carregado, construída ao longo de três anos, foi inaugurada no dia 28 de Outubro de 1856. Na altura, a obra foi apresentada como "grande ícone da regeneração e da política fontista de progresso nacional", mas como recorda agora a Biblioteca Nacional, "esteve longe de colher unanimidade dos principais representantes das letras nacionais da época. Esta exposição sobre um meio de transporte que teve grande reflexo na literatura portuguesa dos séculos XIX e XX foi organizada em colaboração com a "Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro". Fonte: Diário Digital/Lusa - 11-07-06 Imagem (esq. , dir.)
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